São Paulo realizou mutirão nas UBSs após cidade bater recorde histórico de dengue em janeiro






Itaquera entra em atenção com uma das regiões mais testada positivo de casos da cidade


As 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital ficaram abertas das 8h às 17h para realizar mutirão no último sábado (03) para testagem de dengue, após o recorde histórico da cidade, quase 1800 pessoas infectadas com a doença.
A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) organizou a ação promovida pela prefeitura do Dia D de combate à dengue.
Nas três primeiras semanas de 2024, a capital registrou quatro vezes mais casos confirmados da doença, na comparação com o mesmo período de 2023. Só na cidade de São Paulo o número cresceu em 305%.
Mário está preocupado porque as pessoas não cuidam direito do lixo. Ele diz que o seu vizinho passou “apuro com todos da mesma família picados pelo inseto”. Quatro pessoas entre pai, mãe e filhos ficaram doentes por conta da dengue e moram em frente à uma empresa de reciclagem e sucatas de ferro.
“Você vê, aqui, nessa rua mesmo, tem esse cara, esse monte de carro empilhado ali, isso era para que? Um agente vir aí para falar com ele, deve estar cheio de água, quanto de mosquito não deve estar ali dentro?”
A prefeitura informou que 10.000 agentes estão nas ruas para o combate à dengue, com reforço em Itaquera que tem o maior número de casos da doença da cidade, onde foram confirmadas mais de 188 pessoas infectadas.
Para frear o avanço da doença, gestões estaduais e municipais em todo o país passaram a adotar medidas emergenciais de prevenção enquanto ainda não dispõem da vacina contra a dengue, como intensificação de mutirões de limpeza e fumacê, tendas improvisadas de atendimento aos doentes e campanhas de incentivo ao combate.
Calor e chuva intermitente são a combinação perfeita para a dengue. A reprodução do mosquito fica muito mais propícia nesse ambiente. Quanto mais alta a temperatura, mais mosquitos (nascem) e mais longo é o tempo de vida deles Segundo o Ministério da Saúde, desde o início deste ano, a doença causou 12 mortes. Em média 4 mil pessoas são internadas por mês no Brasil com quadros de dengue clássica ou hemorrágica em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com dados da pasta consolidados até dezembro de 2023.
O pânico fez a procura por vacina contra a dengue disparar nas farmácias, o aumento foi de 400%. Já a procura por testes rápidos subiu 500%. As internações devido à doença no ano passado causaram um custo de R$ 19,7 milhões ao Poder Público e, junto com o aumento de casos neste início de ano, preocupa a União e os governos estaduais e municipais.
As internações até o fim do ano passado ainda não refletem, porém, a explosão de casos neste início de 2024. Nas duas primeiras semanas do ano, o número de casos de dengue no país mais que dobrou em relação ao mesmo período em 2023: foram 120,8 mil casos agora ante 44,7 mil no ano passado.
Em 2023, o Brasil registrou 1,6 milhão de diagnósticos de dengue e 1.094 óbitos, foi o ano com maior número de mortes por conta da doença. Até então, 2022 era o que
tinha registrado mais vítimas: 1.079% neste janeiro em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ministério da Saúde anunciou a estratégia de vacinação contra a dengue no SUS, a previsão da aplicação da vacina ocorre no início de fevereiro, mas o número de
doses é suficiente apenas para atender o público de 10 a 14 anos em regiões com alta transmissão da doença — 521 municípios em 16 estados serão contemplados.
Foram selecionadas cidades de mais de 100 mil habitantes com alta transmissão de dengue, com predominância do sorotipo dois. A vacinação irá abranger todas as
regiões do país. As doses adquiridas dão conta de vacinar 3,2 milhões de pessoas neste ano. Para 2025, segundo o ministério, estão asseguradas 9 milhões de doses.
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses. Quem pode tem recorrido à rede privada. Entre novembro e janeiro, a procura pela vacina contra a dengue nas grandes redes de farmácia dispararam.
Para crianças abaixo de 10 anos, adolescentes acima de 14 anos, adultos e idosos, ainda não há previsão do início da vacinação gratuita.
No estado de São Paulo, dos 645 municípios, apenas 11 vão receber a vacina contra a dengue. Todos da região do Alto Tietê. A imunização começa em fevereiro, apenas para a faixa etária de 10 a 14 anos.
A Prefeitura de São Paulo enfatiza que qualquer local com água limpa e parada acumulada pode ser um potencial foco por meio do qual o mosquito consegue deixar ovos e se reproduzir. Os locais mais comuns são caixas d`água, pneus, vasos de plantas, lajes e marquises.
No entanto, é preciso ficar atento a outros locais, porque qualquer pequeno depósito de água é suficiente para a fêmea do mosquito Aedes aegypti colocar seus ovos.
Isso inclui lonas de cobertura, recipientes de água para animais de estimação, partes ocas de árvores, sifões de pias, piscinas e até pequenos lagos e aquários, já que nem todo peixe se alimenta de larvas do mosquito.
A prefeitura orienta que a população pode solicitar vistoria de locais com água parada por meio do Disque 156, neste mesmo número, pelo portal 156, todo munícipe pode adquirir também informações sobre a dengue.


Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Ministério da Saúde /Secretaria Municipal da Saúde
Imagens: Márcia Brasil

 

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