Fundação Casa desativada vai virar centro de acolhida em Itaquera
Fundação Casa desativada vai virar centro de acolhida em Itaquera
Dos seis espaços, um fica no Parque do Carmo.
A prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e a Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania, fará uso de seis antigas unidades da Fundação Casa para abrigar pessoas em situação de rua.
Seis unidades passarão por reformas e a primeira deve ser entregue no dia 23 de agosto. Dois, dos seis espaços, estão localizados no Itaim Paulista, dois em Guaianases, um no Parque do Carmo, Zona Leste, e um em Taipas, Zona Norte. O que levou a população vizinha aos edifícios a se manifestar.
Comerciantes e moradores protestam contra novo albergue em São Paulo. Eles pedem que seja instalado Centros Culturais nos prédios da Fundação Casa que foram desativados.
A preocupação da população dos bairros traz uma inquietação sobre os novos moradores. Eles acreditam que muitos destes moradores de rua sejam usuários da Cracolândia, que estão sem assistência social e de saúde.
Especialistas duvidam que a prefeitura abrigue apenas as pessoas em situação de rua. Na opinião da maioria, o prefeito apenas deixará as pessoas no albergue sem apoio ou auxílio.
Lourdes Estevão, dirigente do Sindsep São Paulo, diz que a prefeitura na gestão de Ricardo Nunes não assiste e nem acolhe a população de rua do centro. Ela acha que moradores serão realocados para estes centros periféricos para fazer a política de higienização do centro.
"A população não está na rua porque ela quer, elas são pessoas em situação de rua, então quando o governo toma medida, de tirar a população da rua, primeiro é porque ele quer fazer a política de higienização, ele quer apresentar para a cidade, falta dois anos para a eleição, ele quer apresentar
obras que justifiquem a reeleição dele, ele não quer resolver o problema do povo da rua, ele quer simplesmente resolver o problema da aparência da cidade," enfatizou Lourdes.
Moradores e comerciantes estiveram em frente a um dos antigos prédios da Fundação Casa para protestar contra a transformação do local em um centro de acolhimento para pessoas em situação de rua.
Em vez disso, eles pedem que seja instalado um Centro Cultural para atender jovens e adultos que precisam de esporte, universidades, lazer, cultura e emprego. Para os manifestantes, o projeto irá desvalorizar a região, além de colocar em risco toda a comunidade.
Em junho deste ano, um levantamento mostrou que a capital paulista registrava, em 2021, 42.240 pessoas em situação de rua, sendo o maior número do país.
A prefeitura informou que a primeira unidade a ser entregue será do Centro de Acolhida Especial (CAE) para Famílias no Itaim Paulista (Encosta Norte). O abrigo terá capacidade para acolher 100 pessoas, e tem previsão de entrega para o dia 23 de agosto.
Todas as unidades eram destinadas para outro caráter de uso, e haverá a necessidade de adequações nos edifícios.
As reformas incluem retirada de portas com grades, alambrados e adequações elétricas e hidráulicas para banheiros de uso privativo, além de toda revitalização com jardinagem e pintura, e instalação de biblioteca.
A vigência da concessão dos espaços públicos estaduais é até setembro de 2023, podendo ser renovada por mais tempo.
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Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Prefeitura de São Paulo / Sindsep