No estado de SP 357 ciclistas perderam a vida em 2022
No estado de SP 357 ciclistas perderam a vida em 2022
Infosiga registrou quase uma morte de ciclista por dia em 2022
São Paulo apresenta um dos índices mais preocupantes para entidades e ciclistas, no ano passado, 357 ciclistas perderam a vida no estado.
Em 2021, foram 321 óbitos.
Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito (Infosiga) que registrou 357 mortes de ciclistas em 2022, o que representa quase uma morte por dia.
Entre 2015 e janeiro de 2023, ocorreram 2.811 mortes de ciclistas, a imprudência de motoristas foi uma das principais responsáveis pelas mortes fatais.
Desses acidentes, 56,5% ocorreram em vias municipais e 33,9% foram em rodovias do estado.
Ciclistas, no entanto, defendem que a expansão da malha cicloviária precisa ser acompanhada das que já existem. Os mesmos criticam a prefeitura que não finaliza as vias sem conexão nos bairros. Ainda sem fiscalização, motoristas estacionam nas ciclovias, não existe rebaixamento de guias, ciclovias seguem sujas, sem zeladoria das subprefeituras e com entulhos despejados diariamente.
Algumas vias são evitadas, como a ciclofaixa Radial Leste, que há anos é alvo de assaltos.
Os trajetos são feitos nas ruas e avenidas entre os carros e ônibus, devido a insegurança com os assaltos diários, afirma Carlos.
"Eu procuro sempre fazer trajeto que tem ciclovia, é mais seguro. Porém, se sente mais seguro, ao mesmo tempo é perigoso, muito colada à pista, não tem uma proteção, só tem as tartarugas. Então, às vezes, o cara, o motorista de ônibus ou de carro tá usando o celular, dá aquela desviada, pode passar por cima, pode atropelar".
Carlos reclama da falta de empatia da pessoa motorizada que precisa entender e proteger também a vida de quem optou por se deslocar de bicicleta.
Especialistas destacam a importância da construção de vias seguras nas cidades para evitar os acidentes. Além disso, as avaliações apontam que tanto motoristas quanto ciclistas devem buscar cumprir a lei.
Segundo as análises, o Código de Trânsito Brasileiro não é cumprido. Motoristas dirigem embriagados, ultrapassam a velocidade em ruas e avenidas.
Pesquisas apontam que ciclistas entregadores são as maiores vítimas, por serem mais expostos. Entidades e cicloativistas concordam que a exposição de trabalhadores pelo período maior de atividades os deixam mais vulneráveis
Os estudos trazem mais informações, dados apontam a omissão do socorro, outros motoristas circulam com a carteira vencida ou apresentam sinais de embriaguez.
Como forma de protesto e para evitar que outras tragédias aconteçam, ciclistas se organizam nas ruas em pedaladas com amigos, parentes e ativistas, com frequência.
Nos locais onde ocorrem as mortes, são instaladas bicicletas pintadas de branco (ghost bike - termo que surgiu nos EUA - ciclistas vítimas fatais) , com flores, fotos das vítimas e mensagens no alto de um poste, canteiros e praças.
De acordo com a diretoria da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), obras de melhorias e ciclovias previstas há anos poderiam ter evitado muitas mortes.
A Prefeitura de São Paulo rebate e informa que a capital tem hoje 700 quilômetros de vias com Ciclovias, Ciclofaixas e Ciclorotas, ainda complementou que aumenta e melhora a malha cicloviária da cidade para reduzir acidentes.
De acordo com a prefeitura, a capital receberá mais 300 kms de ciclovias até 2024.
O Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) alega que o estado trabalha incessantemente para diminuir as mortes e a violência no trânsito e faz programas e
campanhas com base nos dados e estatísticas colhidos.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Ciclocidade/ Secretaria Municipal de Transporte
Imagens: Márcia Brasil/ Redes Sociais/ Ciclofaixa Radial Leste/ Ciclista Binotti/ Anderson Augusto/ Sabretooth
